A regularização do condomínio Villages Alvorada, marcada para amanhã, foi suspensa por determinação do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT). O MP recomendou que o GDF não aprove os projetos do parcelamento antes da remoção de todas as construções em áreas de preservação permanente (APP). Há 10 residências com edificações a menos de 30m do lago Paranoá, classificadas como APPs, no Villages Alvorada. O governo vai paralisar o processo de legalização urbanística e ambiental para discutir uma saída para o problema. A cerimônia de regularização dos cinco condomínios em terras particulares, também marcada para este domingo, está mantida. Coordenador da Comissão de Regularização de Condomínios do Ministério Público, o promotor de Justiça Libânio Rodrigues garante que o MP tem um posicionamento firme contra a ocupação de áreas de preservação permanente. “Defendemos a regularização, mas tudo deve ser feito com respeito à moralidade pública. A ocupação das APPs é uma afronta à legislação vigente. O MP será rigoroso e vai zelar pelo patrimônio público”, justificou Libânio. No Villages Alvorada, há casas inteiras a menos de 30m do lago Paranoá. Mas alguns lotes têm apenas construções como churrasqueiras ou quadras de esporte na beira do espelho d’água. “Vamos analisar esses casos para solucionar o problema. Suspendemos a regularização prevista para domingo para atender a determinação do Ministério Público”, afirmou o gerente de Regularização do GDF, Paulo Serejo. Entre os moradores do Villages Alvorada, há receio de que casas sejam demolidas, mas também de que o processo de legalização atrase ainda mais. Para a líder comunitária Tatiana Montezuma, é preciso resolver o impasse sem prejudicar nenhuma das partes. “Os moradores de casas construídas em área de proteção têm de ser responsabilizados, mas podem reverter o dano com sustentabilidade, cuidando, por exemplo, do meio ambiente em outra área”, defendeu.
Correio Braziliense, sábado, 20.12.2008